O Último Dia dos Namorados na Terra
Uma história de ficção especulativa e romance distópico
Capítulo 1: O Fim do Amor
O mundo acabou, mas ninguém percebeu de imediato.
As cidades ainda estavam de pé, embora vazias. Os carros, abandonados nas ruas, enferrujavam sob um sol que já não aquecia como antes. A humanidade havia sido dizimada por um vírus silencioso—um parasita que não matava o corpo, mas sim as emoções. Um dia, as pessoas simplesmente deixaram de sentir.
Todos, exceto Elena.
Ela não sabia por que ainda conseguia amar, chorar, desejar. Talvez fosse um defeito genético, uma mutação que a tornara imune ao apagão emocional. Enquanto os outros vagavam como sombras, ela ainda sentia o coração acelerar quando via o pôr do sol ou ouvia uma música antiga.
Mas o que era o amor quando não havia mais ninguém para compartilhá-lo?
Capítulo 2: O Encontro
No Dia dos Namorados, Elena decidiu fazer algo que ninguém mais faria—celebrar.
Ela enfeitou uma pequena cafeteria abandonada com velas e flores murchas, vestiu um vestido vermelho desbotado e colocou um disco de vinil para tocar. Foi então que ele apareceu.
Daniel era um sobrevivente como ela, mas diferente. Ele não sentia amor—pelo menos não mais. No entanto, algo na obstinação de Elena o intrigava. Por que ela insistia em celebrar uma data que não significava nada?
—Você está desperdiçando seu tempo— ele disse, observando-a arrumar a mesa para dois.
—Ou talvez você esteja desperdiçando o seu— ela respondeu, sorrindo.
Capítulo 3: A Última Carta
Daniel não entendia, mas começou a visitá-la todos os dias. Elena lhe contava histórias de como o mundo era antes—dos beijos roubados, das cartas de amor, das promessas feitas sob as estrelas.
—Isso não existe mais— ele insistia.
—Existe em mim— ela dizia.
Na véspera do próximo Dia dos Namorados, Daniel encontrou uma carta em seu quarto. Elena havia desaparecido. A carta dizia:
"Se um dia você voltar a sentir, lembre-se de mim. O amor foi a última coisa a morrer."
Capítulo 4: O Renascimento
Anos depois, Daniel acordou com uma dor no peito. Algo que ele não sentia há muito tempo.
E então, começou a chorar.
O vírus estava enfraquecendo. As emoções estavam voltando.
Ele correu para a cafeteria abandonada, onde tudo começou, e encontrou uma única rosa vermelha sobre a mesa—já seca, mas ainda bela.
E, pela primeira vez em anos, ele sorriu.
Fim.
Notas da Narrativa:
Gênero: Romance distópico com elementos de ficção especulativa.
Temática: O amor como resistência em um mundo pós-apocalíptico.
Técnicas Usadas:
Contraste entre a frieza do mundo e o calor emocional de Elena.
Suspense com o desaparecimento da protagonista.
Ironia no fato de Daniel só recuperar seus sentimentos quando era tarde demais.
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