O Mistério da Vila Perdida
Camila sempre foi fascinada por mistérios. Desde pequena, devorava livros de aventuras e adorava ouvir histórias sobre locais assombrados. Quando descobriu uma vila abandonada nos arredores de sua cidade, decidiu que precisava explorá-la. Reuniu suas melhores amigas — Laura, Beatriz e Natália — para uma expedição cheia de adrenalina. O que parecia apenas um passeio emocionante rapidamente se transformou em algo muito mais sinistro.
A Chegada na Vila
No fim da tarde, munidas de lanternas, mochilas e celulares, as quatro amigas seguiram por uma trilha quase esquecida, cercada por árvores retorcidas. O silêncio era inquietante, quebrado apenas pelo farfalhar das folhas e pelo som de seus passos na terra fofa. Ao atravessarem o arco de pedra que marcava a entrada da vila, sentiram um arrepio percorrer a espinha.
Casas antigas e desgastadas pelo tempo se alinhavam nas ruas de paralelepídos cobertas de musgo. As janelas, escuras e vazias, pareciam observá-las. No centro da vila, encontraram uma antiga fonte seca, com uma estátua coberta de limo de uma mulher segurando um jarro.
— Parece coisa de filme de terror — murmurou Beatriz, tentando soar divertida, mas seu tom denunciava nervosismo.
O Primeiro Sinal
Laura, a mais cética do grupo, foi a primeira a se aventurar dentro de uma das casas. O chão rangia sob seus pés, e o cheiro de mofo era quase insuportável. No entanto, algo a fez parar de repente: sobre uma mesa empoeirada, havia um caderno aberto, como se alguém tivesse acabado de usá-lo. O mais estranho? As palavras ainda estavam legíveis, sem sinais de degradação pelo tempo.
"Não estamos sozinhos. Eles veem tudo. Eles esperam."
Ao ler em voz alta, Natália engoliu em seco.
— Quem escreveu isso? — perguntou, sua voz saindo como um sussurro.
Antes que pudessem pensar em uma resposta, um estrondo ecoou pela vila. Era como se uma porta tivesse sido batida com força em algum lugar próximo.
O Mistério se Aprofunda
O medo se instalou entre as meninas, mas a curiosidade ainda falava mais alto. Elas decidiram continuar explorando e encontraram uma igreja no final da rua principal. No interior, havia bancos cobertos de poeira e um altar com velas parcialmente derretidas. Mas o que realmente chamou atenção foi um mural pintado na parede, retratando moradores da vila.
Camila se aproximou para observar melhor e notou algo arrepiante: entre as figuras pintadas, estavam quatro garotas que se pareciam muito com elas.
— Isso não pode ser real — murmurou Beatriz, sentindo um calafrio percorrer seu corpo.
De repente, uma corrente de ar gélido passou pela igreja, apagando suas lanternas. No escuro, um sussurro ecoou pelo salão:
"Vocês não deveriam estar aqui."
A Fuga
O pânico tomou conta do grupo. Sem pensar duas vezes, correram para fora da igreja e seguiram pelo caminho de volta, tropeçando na trilha escura. O vento uivava ao redor delas, e sombras pareciam se mover nas casas abandonadas. Quando finalmente alcançaram a estrada principal, sentiram como se uma força invisível as tivesse libertado.
A vila, quando olharam para trás, parecia diferente. As casas estavam ainda mais deterioradas, como se houvessem sido abandonadas por séculos.
— O que aconteceu lá dentro? — perguntou Laura, ofegante.
Camila apertou o caderno contra o peito. Uma página que não tinha visto antes agora estava visível:
"O tempo se repete. Vocês voltarão."
O Legado do Mistério
A partir daquele dia, as quatro amigas nunca mais falaram sobre a vila. Tentaram seguir suas vidas, mas sempre tinham a sensação de que algo estava observando-as. Camila, porém, sabia que o mistério da Vila Perdida ainda não tinha acabado. Era apenas questão de tempo até serem chamadas de volta.
O que realmente aconteceu naquela vila? Quem eram as figuras no mural? E por que pareciam destinadas a retornar? Algumas respostas deveriam permanecer ocultas, pelo menos por enquanto.
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