O Plano Infalível de Zé Gambiarra

O Plano Infalível de Zé Gambiarra

Zé Gambiarra era um homem simples, mas sua criatividade para improvisar soluções era lendária. Ele morava em uma pacata cidade do interior chamada Trambicópolis, onde todos o conheciam por suas invenções duvidosas e planos mirabolantes que raramente davam certo. Seu lema era: "Se não tem solução, a gente inventa uma!"

Certo dia, ao descobrir que a prefeitura estava oferecendo um prêmio de R$ 50.000 para quem criasse um projeto inovador para a cidade, Zé viu a oportunidade perfeita para enriquecer e finalmente consertar o telhado de sua casa, que mais parecia um queijo suíço de tantos buracos.

Depois de uma semana trancado em seu "laboratório" (que era, na verdade, um barracão cheio de sucata), ele saiu triunfante com seu novo invento: o "Ônibus Pula-Pula 3000". A ideia era simples — transformar um ônibus velho em um transporte público movido a molas recicladas de colchão. Assim, em vez de gastar combustível, o veículo se moveria pulando de um ponto a outro. "Sustentável e econômico!", dizia ele.

No dia da apresentação, a cidade inteira se reuniu na praça para ver a grande demonstração. O prefeito, os vereadores e até o padre estavam lá, todos curiosos para ver a invenção de Zé Gambiarra. Com um sorriso confiante, ele ligou o motor (que na verdade era um liquidificador modificado) e puxou uma alavanca feita de cabide e fita isolante.

O ônibus começou a pular descontroladamente. Primeiro, deu um salto tímido, depois outro mais ousado, até que, de repente, catapultou para o alto, passou raspando no sino da igreja e aterrissou diretamente na casa do prefeito. Um silêncio sepulcral tomou conta da praça. O prefeito saiu dos escombros coberto de telhas e poeira, olhando fixamente para Zé Gambiarra.

“É... Acho que ainda precisa de alguns ajustes”, disse Zé, tentando esconder a chave inglesa atrás das costas.

O projeto, claro, não ganhou o prêmio. Mas a fama de Zé Gambiarra cresceu ainda mais. E, no fim das contas, ele conseguiu consertar seu telhado—com os destroços da casa do prefeito.