As Chamas de Ares: Fantasia Mitológica
Prólogo: O Chamado da Guerra
O vento uivava entre as colinas de Tessália, carregando o cheiro de terra molhada e metal. Rodrigo, um jovem arqueiro de cabelos negros e olhos verdes como a floresta, ajustou a corda de seu arco, sentindo o peso do destino pairando sobre seus ombros. Ele não sabia, mas os deuses o observavam.
Ares, o deus da guerra, estava insatisfeito. Os Titãs, antigos senhores do cosmos, despertavam de seu sono milenar, e os deuses do Olimpo precisavam de campeões para enfrentá-los. Entre todos os mortais, Ares escolheu Rodrigo.
Naquela noite, enquanto a lua banhava a terra em prata, o arqueiro teve um sonho. Um campo de batalha infinito, sangue escorrendo como rios, e um homem envolto em armadura negra, com olhos que queimavam como brasas.
— "Você foi escolhido, mortal. Pegue minha chama e lute, ou o mundo perecerá."
Rodrigo acordou com o peito ardendo. Em sua mão, uma marca flamejante brilhava — o símbolo de Ares.
Capítulo 1: O Primeiro Sangue
Os vilarejos próximos começaram a relatar desaparecimentos. Homens, mulheres e crianças sumiam sem deixar rasto, e alguns falavam de sombras que se arrastavam à noite. Rodrigo sabia que algo estava errado.
Ao investigar uma floresta amaldiçoada, ele encontrou criaturas feitas de ossos e sombra — servos dos Titãs. Seu primeiro combate foi brutal. Seus reflexos eram rápidos, mas não o suficiente. Quando uma besta o encurralou, a marca em sua mão queimou, e fogo negro envolveu suas flechas.
Uma voz ecoou em sua mente: "Mate!"
Ele disparou. A flecha incendiou o monstro, reduzindo-o a cinzas.
Foi então que ela apareceu — Lysandra, uma semideusa filha de Ártemis, com um arco de prata e olhos dourados.
— "Você também foi escolhido," ela disse, observando a marca de Ares. "Os deuses estão recrutando. A guerra começou."
Capítulo 2: A Aliança dos Semideuses
Juntos, Rodrigo e Lysandra partiram em busca de outros campeões. No caminho, encontraram:
Darius, um guerreiro espartano com sangue de Hércules, capaz de partir montanhas com suas próprias mãos.
Thalía, uma feiticeira descendente de Hecate, cujos feitiços podiam dobrar a realidade.
Kael, um velho mercenário que carregava a maldição de Thanatos, capaz de sentir a morte antes que ela chegasse.
Cada um deles havia sido tocado por um deus. Cada um tinha um papel a cumprir.
Mas nem todos os deuses estavam do mesmo lado. Hera, desconfiada dos semideuses, enviou suas próprias criaturas para testá-los. Apolo, prevendo traição, enviou avisos enigmáticos. E Zeus, relutante em intervir diretamente, observava.
Capítulo 3: O Despertar dos Titãs
A primeira grande batalha veio quando Hiperião, o Titã do fogo celestial, ergueu-se das profundezas. Sua simples presença incendiou cidades.
Rodrigo liderou o ataque, mas suas flechas eram como brinquedos contra um deus antigo. Foi então que Ares apareceu em carne e osso, sua espada negra cuspindo fogo.
— "Você carrega minha chama, garoto. Agora, QUEIME COM ELA!"
O poder divino inundou Rodrigo. Seu corpo tornou-se uma tempestade de fogo e fúria. Ele saltou, mergulhando uma flecha flamejante no coração de Hiperião.
O Titã rugiu, mas era tarde demais. A chama de Ares consumiu-o, reduzindo-o a pó.
Mas a vitória teve um preço.
Kael, o mercenário, caiu. Seus últimos sussurros foram: "Eles estão vindo... Cronos acorda..."
Capítulo 4: A Traição dos Deuses
Com a derrota de Hiperião, os deuses começaram a se dividir. Atena argumentou que os semideuses eram perigosos demais para viver. Poseidon jurou protegê-los. E Hades, sempre o estrategista, ofereceu um pacto sombrio:
— "Derrotem Cronos, e eu lhes darem a imortalidade. Falhem, e suas almas serão minhas."
Rodrigo não confiava nele, mas não havia escolha.
Enquanto isso, Lysandra descobriu uma profecia antiga:
Ela olhou para Rodrigo, temendo o que isso significava.
Capítulo 5: A Batalha Final
Cronos, o Rei dos Titãs, despertou. O céu escureceu, e o tempo despedaçou-se.
Os semideuses marcharam para o Monte Olimpo, onde os deuses lutavam uma batalha perdida.
Rodrigo, possuído pela fúria de Ares, liderou o ataque. Thalía abriu um portal para o Tártaro, Darius segurou as hordas de monstros, e Lysandra disparou flechas banhadas em estrelas.
Mas Cronos era imortal.
Foi então que Ares apareceu uma última vez.
— "Tome minha espada, campeão. E faça o que eu não posso."
Rodrigo empunhou a lâmina negra e saltou. O golpe final custou-lhe tudo — sua vida, sua alma.
Cronos caiu.
O mundo foi salvo.
Mas quando a poeira baixou, Lysandra encontrou apenas cinzas onde Rodrigo estivera.
Ares, em algum lugar entre os deuses, sorriu.
Um novo guerreiro havia nascido no Érebo.
Epílogo: O Legado do Campeão
Anos depois, em um vilarejo distante, uma criança nasceu com uma marca flamejante na palma da mão.
E os deuses, mais uma vez, observaram.
(Fim)
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